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Mulheres precisam ficar atentas para prevenir o infarto
Por: admin 01/10/2014 17:06Um alerta dos médicos: cada vez mais mulheres estão morrendo de infarto no Brasil. Segundo números da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a quantidade de infartos em mulheres empatou com o número de infartos em homens.
O motivo é a vida estressante, a jornada dupla e, às vezes, tripla. A mulher tem que se virar para cuidar da casa, ser eficiente no trabalho, ser atenciosa com a família, etc. É muita coisa. Um outro problema é a dificuldade de se fazer o diagnóstico em mulheres, e isso ocorre porque os sintomas não são necessariamente aqueles conhecidos tradicionalmente, como dor no peito ou no braço.
Aos 38 anos de idade, há exatamente um mês, a funcionária pública Eva Moreira infartou. “Eu tinha artéria entupida, uma 75% comprometida e outra 60%. Jamais eu pensei que fosse ter um infarto agora”, conta.
Eva é o retrato de muitas mulheres, tinha uma vida com estresse, dupla jornada no trabalho e em casa, não fazia exercício físico e tinha má alimentação. Tudo que leva ao ataque cardíaco. No caso dela, ainda havia mais os seguintes fatores: diabetes, hipertensão e colesterol alto.
Além do risco ter aumentado para as mais jovens, os fatores atenuantes complicaram-se mais ainda para as mulheres com mais de 50 anos e que já entraram na menopausa. “Porque você não tem mais o estrogênio que é um hormônio protetor. Então se você tem uma menopausa precoce ou depois que você entra na menopausa, há a perda dessa proteção”, explica a cardiologista Rosana Costa Oliveira.
Hoje, no Brasil, 42% das pessoas que infartam e morrem são mulheres. Quase empatadas com os homens. Há 50 anos atrás, somente 10% tinham diagnóstico de infarto.
A campanha agora é para que mulheres e médicos fiquem alertas, pois os sintomas para elas vêm com características diferentes daquelas tradicionais. O médico explica que elas costumam confundir com mal estar, dor muscular, ou problemas de respiração.
“As mulheres por terem sintomas menos característicos, menos típicos em relação aos homens, costumam demorar mais tempo para serem diagnosticadas”, diz Luciano Jussani Vacanti, membro diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Por via das dúvidas, se os sintomas forem muitos ou estranhos, a orientação é procurar um cardiologista. Ele deve fazer um exame no coração e no sangue. A demora no atendimento da isquemia miocárdica pode levar à morte. Mas para não chegar a esse ponto, a receita é se prevenir como a Eva, que está voltando a fazer exercícios e buscando uma vida mais leve e saudável.
“A gente vai deixando, vai achando que só cuidar da família, só cuidar de casa, só ter responsabilidade no trabalho é tudo, e aí a gente esquece da gente, quando vê já aconteceu”, diz Eva Moreira.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o Brasil registra, em média, 300 mil infartos por ano, sendo que oitenta mil deles são fatais.
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